quinta-feira, 3 de novembro de 2016

DEIXE PARA DEPOIS - Nem tudo precisa ser feito nesse instante.

Vida simples.com.br

Texto do Uol

Vale muito a pena ler o texto, nós concurseiros nos cobramos demais, queremos uma perfeição nos estudos, metas e mais metas.

Precisamos ler coisas que nos deixem com a mente aquietada, calma e tranquila. Esta reportagem nos mostra que não é a melhor solução, fazer tudo na hora que surge - precrastinadores, nem deixar tudo para a última hora - procrastinadores.
Vida Simples - Deixe para depois.


Entenda como colocar pausas no dia a dia e reservar mais tempo para você e para o que, de fato, interessa na vida.

Você que vive de planos, que faz resoluções, que não pode parar, está preparado para começar tudo de novo? 

Porque é assim mesmo: um mês acaba e logo vem outro. Um ano se vai, e outro se inicia.

Todos os dias nascem para serem preenchidos com afazeres e metas.

Mal dá tempo de colocar os pensamentos no lugar, ajustar o GPS e recalcular a rota. Vamos vivendo sem tempo para paradas.

Não sei se a sua impressão é a mesma que a minha, mas os dias se tornaram ainda mais cheios ultimamente.

As tarefas se empilham com mais facilidade que a louça na pia. E os dias acabam com aquela sensação de que muita coisa ficou para trás, por mais que você faça.

Esse sentimento generalizado de que a matemática das tarefas parece ter uma lógica diferente da aritmética do nosso tempo está levando a sociedade a uma espécie de transe da urgência.

A ansiedade de tudo “pra ontem” fez surgir um padrão de comportamento que a psicologia tem investigado e identificado como precrastinação.

Ao contrário dos que sofrem da procrastinação (o ímpeto de deixar tudo pra depois). Os precrastinadores realizam uma tarefa tão logo a recebem.

“Precrastinadores iniciam as tarefas antecipadamente para se livrar da ansiedade que elas podem representar, do medo de não conseguirem terminá-las a tempo”.

“É um gatilho tão automático, que não conseguem nem medir as desvantagens que podem ter”.

O procrastinador estruturado: uma pessoa que faz muito ao não fazer outras coisas. “É uma incrível estratégia que converte procrastinadores em seres humanos eficientes, respeitados e admirados por tudo que realizam e pelo bom uso que fazem de seu tempo”.

A questão é que procrastinadores adiam as coisas que precisam fazer, mas encontram, no meio do caminho, outras tarefas que os ocupem e os tirem da responsabilidade daquele Projeto, com “p” maiúsculo. 

“Na sua mente, ou até anotado em algum lugar, você tem uma lista de coisas que quer realizar, ordenada por importância. Você até poderia chamá-la de prioridades. As tarefas que parecem mais urgentes e importantes estão no topo. Logo abaixo, há aquelas que valem a pena ser realizadas. Fazer cada uma delas se torna uma forma de não fazer as coisas do alto da lista. Com esse tipo de estrutura de tarefas apropriada, o procrastinador se torna um cidadão útil”. 

Porque não são só as coisas muito importantes que precisam ser feitas.

A procrastinação estruturada é, pois, uma forma de nos lembrar que a gente não pode viver sob a ditadura das tarefas urgentes, que nos impomos.

“Meu trabalho se mistura muito ao meu hobby, então eu posso passar horas fazendo aquilo sem nem perceber”. Por isso, foi preciso se organizar e redefinir as prioridades. 

“Faço o que é preciso e volto correndo para casa. Tudo o que tem que ser para hoje é feito sem enrolação”. 

Mas há coisas que podem ficar para amanhã, se não tiverem urgência.

A uma angústia enorme de querer fazer tudo ao mesmo tempo e agora.

“Está cada vez mais complicado administrar as horas porque as mensagens não param, o Whatsapp emite alertas sem parar, as pessoas nunca desligam. Podem estar em casa ou no trabalho, não há mais um momento de ócio”.

“Dessa forma, elas começam a ser tomadas por um sentimento crônico de incapacidade. Com o fluxo de informação e demandas que chegam a todo momento, é mesmo inumano dar conta de tu- do”. 

A tecnologia ganhou um papel importante nesse mal-estar da civilização, por assim dizer, já que ainda não é gerenciada de forma inteligente pelas pessoas.

“Tudo o que toma tempo demais na nossa vida precisa ser repensado, principalmente se nos afasta da nossa ligação conosco”. 

Uma questão de expectativa A chave, aliás, não está somente em saber gerenciar o tempo, esse elefante branco que nos segue o tempo todo, de casa para o trabalho, para conseguir restabelecer as prioridades. Mas principalmente gerenciar nossas expectativas em relação a elas. Porque a questão do tempo tem mais eco nas nossas vontades e projeções do que no relógio em si. 

Essencialmente, sempre encontramos espaço para aquilo que realmente queremos: ir à academia, estudar italiano, marcar o exame que o médico pediu, visitar a amiga que acabou de ter um bebê, assistir ao filme que estreou, terminar aquele texto que ficou de entregar etc.

O imprescindível das nossas expectativas com relação às tarefas a serem cumpridas está em não deixar que elas nos gerem ansiedade demais – seja por querer tratá-las de imediato, seja por postergá-las até o último minuto.

Nem os procrastinadores nem os precrastinadores estão livres dessa sensação. 

E a raiz desse sentimento está na nossa busca pelo perfeccionismo.

“Para mim, procrastinar sempre foi uma maneira de me dar permissão para fazer de forma não tão perfeita tarefas que exigem um trabalho perfeito”.

Com muito prazo, era possível para ele se preparar para análises longas e acadêmicas de textos e mais textos. Mas com o prazo iminente da entrega, não havia tempo para o perfeito, apenas para o adequado.

Nos precrastinadores, esse sentido é oposto, mas não menos determinante: querem começar a tarefa antes para deixá-la impecável.

Mas o que ronda essa intenção é o medo de “não dar conta do recado”.

“O que alguém precisa fazer para controlar as próprias fantasias perfeccionistas é o que eu chamo de triagem de tarefas. 

Para muitas delas, funcionará melhor se você começar planejando um trabalho adequado – talvez até um pouco melhor que adequado – mas não perfeito”.

Pergunte-se:

“Quão útil seria um trabalho perfeito aqui?”

“Qual diferença vai fazer para mim e para outras pessoas se for perfeito ou não?”

“Eu realmente consigo fazer algo perfeito nesse caso?”.

“Geralmente a resposta será que um trabalho não tão perfeito funciona bem e, além do mais, é o que eu vou conseguir fazer de todas as formas”.

O perfeccionismo gera uma ansiedade que nos paraliza ou que nos faz sair correndo. Nenhuma das duas vai ajudar a realizar as coisas que você precisa realizar.

“Isso nos dá segurança para arregaçar as mangas e fazer o que precisa ser feito agora”. Ou, pelo menos, começar amanhã.

Vida Simples.uol.com.br - Deixe para depois


RAFAEL TONON
Vida simples.com.br
Texto do Uol

LU CONCURSOS

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